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Desenvolver um Sistema Interno ou Terceirizar: qual é a melhor opção?
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Desenvolver um Sistema Interno ou Terceirizar: qual é a melhor opção?

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Introdução

No contato diário que tenho com instituições de ensino, percebo que alguns diretores e reitores convivem com um grande dilema: seus softwares de gestão (acadêmico, financeiro, vestibular…) devem ser desenvolvidos internamente, na própria instituição, ou devem ser simplesmente licenciados de uma empresa terceira?

Prós e Contras das Alternativas

Ambas as alternativas têm prós e contras. Porém, a meu ver, o licenciamento de um software de uma empresa especializada é a melhor opção. É normal que minha posição seja bastante questionada, justamente por ser parte interessada. Afinal, a Perseus vive do licenciamento dos seus softwares para instituições de ensino. No entanto, é necessário esclarecer um ponto: o negócio da Perseus é esse, porque acreditamos que seja o melhor para as próprias instituições. Se esta crença mudar, provavelmente a Perseus mudará o seu foco de atuação, pois não encontrará eco no mercado.

A Sensação de Controle do Desenvolvimento Interno

Mas voltando ao assunto inicial. Os adeptos ao desenvolvimento interno evocam aspectos ligados à sensação de controle. Ao controle da tecnologia, ao controle dos códigos-fontes, ao controle da equipe de trabalho. E do momento que existe um maior controle, por conseqüência há uma maior autonomia para decidir os rumos, desenvolver especificidades e não depender de agentes externos.

Em contrapartida, o licenciamento de softwares de terceiros apresentam vantagens que superam as suas pequenas desvantagens:

  1. Foco na missão: a missão de uma escola ou faculdade é educar. Não é desenvolver softwares. A administração um setor de desenvolvimento é uma atividade que requer especialistas, cuidados na contratação, investimentos em tecnologia e capacitação de pessoal. Não é incomum encontrar casos de instituições que criam setores de desenvolvimento que chegam ao ponto de serem inadministráveis, pela complexidade da atividade que é bastante diferente da atividade principal da instituição, que tem outro tipo de complexidade. No entanto, a missão de uma empresa de software é produzir software. O natural é que ela demonstre suas competências justamente no que ela sabe fazer de melhor, que é desenvolver softwares. É uma vantagem competitiva que não pode ser desprezada.
  2. Baixo custo: quanto custa manter analistas de sistemas, programadores e analistas de suporte? Quanto custa manter um parque de equipamentos atualizados no setor de desenvolvimento? E as licenças de uso de software? Qual o preço de enviar membros da equipe de desenvolvimento a congressos, feiras, eventos, muitas vezes fora do estado, para mantê-los incentivados e a atualizados tecnicamente? Uma empresa de software vive disso. Ela consegue bancar estes custos, pois os repassa a um número grande de clientes. Não a um só. Quando a Perseus manda um técnico a SP para participar de um congresso, cada cliente está pagando uma fração disso, e não o valor integral, como se este técnico fosse apenas seu. O custo inferior é possível, justamente porque a empresa terceira tem um volume de clientes que pagam de forma rateada estes custos. Enquanto uma equipe de uma instituição desenvolve para apenas uma instituição, uma empresa de software está produzindo para dezenas ou centenas de instituições.
  3. Conhecimento de mercado: equipes internas de desenvolvimento tendem a ter uma visão limitada dos processos, por uma questão bastante natural: desenvolvem apenas para um cliente (o seu empregador). Isso transforma o desenvolvimento num setor que muitas vezes se limita a atender demandas internas. Uma empresa terceira, que atende várias instituições de ensino auxilia a otimizar processos, introduzir inovações e a eliminar rotinas ultrapassadas que insistem em continuar por questões culturais tão somente.
  4. Atualização tecnológica: equipes internas tendem a ter um tempo de resposta maior do que empresas terceiras que, por estarem um mercado competitivo, onde se disputa o mercado palmo a palmo, necessitam impor atualizações tecnológicas aos seus produtos de forma muito mais rápida. Além do que, as instituições que têm desenvolvimento interno, muitas vezes adiam a realização de atualizações tecnológicas, pois na maioria das vezes, tais atualizações exigem aumento da equipe interna, compra de softwares de desenvolvimento, melhoria do parque de equipamentos, que implicam na disponibilidade de recursos financeiros inexistentes. Porém, na empresa terceira a pressão do mercado a obriga a evoluir sob o risco de o cliente migrar para a concorrência.

Conclusão: Licenciamento é a Melhor Opção

Se observarmos o que ocorre no mercado, é possível fazermos algumas constatações interessantes. Até o momento, já vi várias instituições abrindo mão do desenvolvimento interno para licenciar software de terceiros. O contrário, eu ainda não vi. Já fomos procurados por instituições que achavam que controlavam a tecnologia e quando perderam o seu principal colaborador, se deram conta que não tinham nada sob seu controle. E se sai em litígio, pior ainda. Os contratos de trabalho não protegem tão bem os interesses das instituições como os contratos de licença de uso.

Portanto, licencie. Foque no seu negócio. Deixe o desenvolvimento para quem entende disso.

DADOS DO AUTOR
Camilo Bornia
Presidente da Perseus

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