Nos últimos anos os processos e técnicas analíticas evoluíram muito, promovendo a redução dos tempos de análise, a capacidade de detecção e quantificação de valores muito baixos, a qualidade das medições realizadas, a segurança dos profissionais e, em muitos casos, a redução dos custos de análise.
Neste período, boa parte dos laboratórios de controle de qualidade industrial e prestadores de serviços de análises acompanharam as tendências tecnológicas influenciados por pressões relativas à entrega de resultados no menor tempo possível e a redução dos custos do laboratório, normalmente com a eliminação de custos fixos, em muitos casos, do corpo técnico.

O fato é que os laboratórios tornaram-se muito mais produtivos, confiáveis e menos custosos do que eram outrora, entretanto os investimentos foram basicamente realizados no que diz respeito à capacidade produtiva, possibilitando o incremento do número de amostras processadas pelo laboratório. Além disso, em virtude da capacidade de medição aprimorada dos equipamentos de análise e a pressão relativa às expectativas da qualidade, foi incrementado significativamente o número de análises realizadas e apertaram-se as especificações, gerando assim um brutal aumento na quantidade de informações, coletadas, processadas e geradas pelo laboratório.

Junte a isso tudo a realidade de equipes reduzidas nos laboratórios atualmente, tem-se um número absurdo de informações sendo gerenciadas pelos profissionais de formas inadequadas ao volume de informações, na maioria dos casos em papel ou um misto de papel e documentos em meio eletrônico. Isso tem criado gargalos no processamento, transmissão, registro e resgate das informações gerando desperdícios de tempo dos poucos profissionais disponíveis e sobrecarga de trabalho que conferem ainda mais erros ao processo, justamente os problemas que foram combatidos pela evolução tecnológica dos processos e técnicas analíticas. O problema hoje não está tanto no mundo físico, isto é, nos equipamentos, na manipulação das amostras e obtenção dos resultados, mas sim no gerenciamento e controle das informações e conhecimento gerado.

Todos sabem que os computadores são melhores do que qualquer outro meio para tratamento de grandes volumes de informações de forma rápida e confiável, entretanto pouco se fez nos laboratórios modernos, pois se percebe que a minoria absoluta dos laboratórios tem seus processos automatizados e informatizados do ponto de vista de tratamento das informações. Talvez isto se deva ao fato de que os profissionais da área de laboratório não são formados para lidar com as informações e com os processos de trabalho e sim, para realizar os processos de analíticos. Além disso, em poucas companhias há uma interação consistente e afinada entre os laboratórios e as áreas de tecnologia de informação e automação.

Neste contexto, sistemas de gerenciamento de informações laboratoriais – LIMS tornam-se imprescindíveis para permitir que os laboratórios otimizados do ponto de vista analítico e produtivo, possam potencializar os investimentos realizados, bem como tratar outros problemas relacionados à coleta, processamento, armazenamento, transmissão e recuperação do grande volume de informações, bem como conferir agilidade e confiabilidade aos laboratórios modernos.

DADOS DO AUTOR
Georgio Raphaelli
Diretor Técnico
Labsoft Tecnologia